segunda-feira, 23 de maio de 2011

Obreiro – Braço direito do Pastor

Quando olho a foto abaixo me dá um arrepio… O Obreiro é a extensão do braço do pastor na igreja (pelo menos na minha época era). O pastor dividia com os obreiros a responsabilidade de manter a igreja em ordem, receber e acolher bem o povo.

Antes de iniciar a reunião, os obreiros recebiam o povo na porta, mantinham um relacionamento estreito com alguns, e acompanhavam o desenvolvimento do membro na igreja.
Os obreiros sabiam quando o membro estava sumido ou não, e quando não comparecia às reuniões mais importantes, o procurava.
Após a reunião, em frente ao altar, aguardavam as pessoas que queriam receber uma oração, algumas por sentirem-se mal, outras doentes ou com pedidos pela família.
O respeito pelo Obreiro era grande, por quem quer que fosse; eles eram confiantes em Deus e seu uniforme exalava poder, o diabo tremia. Aliás, até eu tremia de medo quando ia falar com um obreiro, de tanto respeito que tinha por ele.
Não é qualquer um que poderia ser obreiro naquela época, não... O processo era árduo. Em nenhum momento desmereço os de hoje, mas era diferente.
No final dos anos 80 e começo da década de 90, o obreiro com certeza era o braço direito do Pastor, para você ter ideia, talvez eu possa contar aqui algumas coisas que você nunca viu.
Imagine um culto de domingo, que deveria começar às 7h, já são 7h25 e o pastor, por causa de um imprevisto,  ainda não chegou para iniciá-lo. Um obreiro pega o microfone, ajoelha-se, faz uma oração, levanta-se, olha para o povo e diz: “Bom dia, vamos ficar em pé, em nome do Senhor Jesus. O pastor ainda não chegou, mas vamos iniciar o culto buscando a presença de Deus, cante assim comigo: Nesta manhã feliz, neste santo lugar, eu marquei um encontro com Deus…”.
Eu só vi dois obreiros iniciarem o culto no lugar do pastor, pedir oferta, dízimo e ainda “pregar”, até o momento em que pastor chegou e deu continuidade.
Acredito que na mente daquele obreiro deve ter passado algo do tipo: “Obrigado Senhor, por essa oportunidade”.
Quantas vezes você viu isso acontecer?
Não digo pelo atraso do pastor, que é raro, mas o que é mais raro ainda é o obreiro de hoje ter coragem pra fazer isso.
O pastor não se sentiu mal por isso, ele ficou despreocupado, sabe por quê?
O obreiro era o braço direito do pastor.
Isso mesmo, braço direito, e, às vezes, até o esquerdo.
Sabia que muitos obreiros faziam cultos?  Aqueles cultos nos horários que não vão muitas pessoas à igreja, como sábado às 10h ou quinta às15h, entre tantas outras coisas.
Lembro-me também que os obreiros ajudavam muitos nos batismos.
Repare nos desenhos do tanque batismal da época (década de 80), se eu não me engano, foi o obreiro Isaque quem fez esses desenhos, que, em minha opinião, já eram lindos, imagine hoje com papel de parede?
É... a igreja não era tão bem estruturada como hoje.
Posso dizer que a igreja era como a igreja primitiva, pois se precisasse de reforma já pensávamos: vamos chamar alguém do povo que possa resolver, e lembro-me do Pastor Randal, quando ele dizia que as paredes da igreja estavam sujas, sempre aparecia alguém para fazer o trabalho de pintura com todo amor.
O tempo passou e quem mudou foram as pessoas, mas se você  deseja voltar a ser como  antes, saiba que só depende de você!
Vamos ser diferentes para fazer a diferença!
Quantas vezes em nossas  pequenas igrejas, nós obreiros, por várias vezes, também iniciamos uma reunião até a chegada de nosso pastor?
QUANTAS SAUDADES!
Obr. Alexandre Fernandes

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