A paixão pode ser um vício, como uma droga, segundo psicóloga
Se por um lado há pessoas que dificilmente cedem aos sentimentos, por outro há aquelas que só de olhar para alguém já dão um longo suspiro apaixonado. Muitas dão vazão a esse sentimento avassalador, outras apenas fantasiam. Mas o que há por trás da paixão e das pessoas que se apaixonam e desapaixonam repetidamente?
Esse tipo de paixão que algumas pessoas sentem é como um vício. “Consideramos esse ato de se apaixonar a todo instante como um vício, semelhante ao da droga, já que o ‘apaixonado’ se torna feliz por qualquer manifestação do ser amado. Se torna agitado, disposto, mais corajoso, passa a dormir e se alimentar mal, tem suores, calafrios, tremedeiras e tem até uma espécie de crise de abstinência quando se separa do objeto de paixão”, explica a psicoterapeuta e psicopedagoga Lou de Olivier, especialista em comportamento.
Segundo ela, geralmente quem ‘pula de paixão em paixão’ é imaturo. “Essa pessoa não tem autoestima desenvolvida e busca apenas a sensação de extremo prazer, que varia para cada individuo. Então, cada vez que a ‘paixão’ esfria, o individuo muda o seu objeto de desejo para continuar sentindo o mesmo prazer”, destaca.
O que pode ser feito?
Na concepção da psicologia, quem se deixa dominar não só pela paixão mas por qualquer tipo de sentimento, tem que procurar tratamento com urgência. “Quem vivencia intensamente a paixão não pensa que é impossível amar e precisar tanto de alguém que, há poucos dias (ou semanas), sequer conhecia”.
E a especialista faz um alerta aos que se entregam a esta aventura sem sequer questionar porque estão agindo assim: “Procure tratamento terapêutico com urgência. Mas que fique claro que é bom se apaixonar e amar. Porém, para isso, é preciso ter consciência das reações químicas e corporais e saber construir uma relação sadia, e não uma doença que causa dependência tanto quanto uma droga”, conclui Lou.
A paixão era uma fuga
“Sempre fui muito carente e, se algum rapaz me desse atenção, me lançasse um olhar ou fosse apenas gentil comigo, eu já me apaixonava. E era uma paixão louca mesmo. Comentava com minhas amigas: ‘Será que é ele o grande amor da minha vida?’ Essa frase tornou-se até um slogan entre as pessoas mais chegadas. Quando via que aquilo não ia dar certo eu arrumava outra pessoa para me apaixonar. Conta a vendedora Alessandra, de 24 anos, que prefere não divulgar o nome inteiro.
Ela diz que havia homens que a pediam em namoro, que queriam um relacionamento sério, mas que não ligava para eles. “Eu tinha que sentir, que querer primeiro. Depois de muito sofrimento, comecei a fazer um tratamento psicológico e estou conhecendo uma pessoa maravilhosa, que sempre estava ali, e eu não enxergava. Essa pessoa sou eu mesma”, ressalta a vendedora.
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