Tecnologia já atrapalhou namoro de um terço dos brasileiros
Passamos grande parte do tempo trabalhando ou nos divertindo frente a um computador, assim, ele também se torna o cenário propício para relacionamentos amorosos. E pode tanto ser o ponto de partida para novas histórias, como também o ponto final de algumas relações.
Isso pelo menos é o que aponta uma pesquisa realizada pela empresa Nokia em parceria com a TNS, que mostra que a relação do brasileiro com a tecnologia vai muito além do trabalho.
Realizada nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Recife, a pesquisa “Mais do que a tecnologia, é o que você faz com ela”, ouviu 601 homens e mulheres acima de 16 anos de todas as classes sociais e buscou retratar diversos aspectos da vida do brasileiro. Mais de um terço dos entrevistados (34%) responderam que o celular ou a internet já causou problemas em seus relacionamentos.
“Trabalhamos o tempo todo para lançar produtos e serviços inovadores. Porém, mais que a tecnologia, estamos interessados em refletir sobre o uso que o consumidor realmente faz dela. Por isso, fomos a campo para entender a relação do brasileiro com celulares, internet, downloads, serviços de fotos e vídeos e até aspectos mais complexos, como a relação do público e do privado na era das redes sociais”, afirma Gabriela Portugal Bendzius, diretora de Marketing da Nokia do Brasil.
Fatos curiosos
O que é mais difícil, levar um fora cara a cara, ou por uma mensagem de celular, o popular torpedo? Pois 15% dos brasileiros entrevistados já viveram essa experiência, segundo a pesquisa. Já em relação à privacidade do outro, o brasileiro é bem mais flexível: 62% dos entrevistados assumiram olhar o perfil do parceiro nas redes sociais, ao mesmo tempo que 67% afirmaram visitar o perfil do ex-namorado com frequência, o que, segundo os pesquisadores, pode indicar que a curiosidade pela vida do parceiro aumenta quando ele vai embora.
A assistente administrava Maria Antonia, de 27 anos, conheceu o ex-namorado em um site de relacionamento. Trocaram mensagens via e-mail e depois passaram a se falar por telefone. Daí para a vida real foi um pulo. “Ficamos 2 anos juntos, mas o relacionamento acabou”.
O fim veio da mesma forma que o começo: ela descobriu que o ex-namorado trocava mensagens com outras mulheres pelo computador e terminou o relacionamento. “Digo que o computador me deu um namorado e também uma traição”. Mesmo 8 meses após a separação, ela conta que ainda entra na página do ex para saber como ele está. “Não sinto mais nada por ele, mas tenho curiosidade”, fala, reforçando os dados da pesquisa.
Amores reais ou virtuais?
A pesquisa aponta ainda que 66% dos brasileiros acreditam que dar intimidade para alguém on-line pode ser considerado traição, e 34% afirmaram que a internet ou o celular já prejudicaram de alguma forma o relacionamento.
Mas a tecnologia também pode ajudar na superação do fim: para 35% dos entrevistados, quem leva um fora usa as redes sociais para mostrar que está feliz.
Em busca de um novo par, 63% dos entrevistados usam a tecnologia para tentar conquistar alguém, mas apenas 7% acham que dá pra conhecer bem uma pessoa só pela internet, e só 18% acreditam em namoro à distância. Por outro lado, 26% já declararam amor publicamente na web.
Gato por lebre
Para quem cansou de procurar o príncipe encantado pessoalmente e resolveu procurar seu amor nos mares revoltos da internet, os dados apontam que é preciso ter cuidado ao conhecer alguém usando as tecnologias. Para 62% dos entrevistados, quem faz perfil nas redes sociais quer se mostrar melhor e mais bonito do que realmente é.
Flávia, que não quer se identificar, conheceu um rapaz em um chat. “Tivemos um ótimo papo e trocamos e-mail. Ele era um gentleman, aparentemente bem-sucedido e achei bonito quando vi a foto. Fiquei encantada”. Quando ela o encontrou pessoalmente, o tal príncipe não era nada do que tinha retratado.
“Ele havia me mandado uma foto antiga, não era nada daquilo que disse que era. Não era pelo físico, mas sim por que ele havia mentido. Ele era 10 centímetros mais baixo do que disse que era e, para ter uma ideia, havia mandado uma foto onde estava cabeludo, e quando o encontrei nem fio de cabelo ele tinha mais para contar a história”, relata, hoje, rindo da situação.
A pesquisa aponta que as mensagens de celular são usadas por 27% para começar uma paquera e 47% dos entrevistados sentem-se mais livres para ousar nas cantadas quando estão usando alguma ferramenta tecnológica.
Mas também tem o lado positivo. Para quem tem problemas com datas, as novas tecnologias são grandes aliadas. Cinquenta e seis por cento dos entrevistados afirmam usar as redes sociais para mandar os parabéns a amigos e parentes. E os lembretes eletrônicos ajudam 41% a não esquecer datas especiais.
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