É crença popular que homens não entendem de vestuário. Claro, há os que entendem, mas em grande parte a afirmação anterior é correta. Só que, mesmo que o sujeito não seja um especialista em moda ou antenado com ela, usar o bom senso na hora de escolher o que vestir ajuda bastante.
Aí entramos num assunto que pode ser um problema para alguns:gravata.
Ela dá um toque importante ao visual. Pode dar mais destaque ao terno e passa a ideia de uma pessoa cuidadosa (caso a use corretamente, senão uma simples peça derruba todo o resto).
Há os que usam o adereço todos os dias, ou pelo menos nos úteis. Já outros, precisam usá-lo pelo menos uma vez na vida. Que tal fazer isso certo, então?
Voltando aos entendidos na arte do vestir, muitos deles afirmam que roupa é comunicação. Sim, passa uma mensagem sobre a personalidade ou a intenção de seu usuário. Com isso em mente, voltemos à gravata. O que essa coisa aí ao lado parece dizer? Há várias mensagens.
Vamos a algumas: 1 - Mantenha distância. 2 - Gosto não se discute (se lamenta). 3 - Meu dono trabalha num lugar bem alegre (talvez aquele coberto por uma lona). 4 – Tenho a leve impressão de que Fulano(a) não vai muito com a minha cara (no caso de a gravata ter sido um presente dessa pessoa). 5 - Não, meu almoço não me fez mal. Isso é um acessório de vestuário. 6 - Faltava melancia no mercado, então usei isso mesmo. 7 - Procura-se um consultor de moda (se bem que um oftalmologista também ajuda).
Ainda perdido?
Dúvidas são normais. Passamos aqui algumas dicas simples, que podem ser seguidas por qualquer um na hora de comprar ou presentear com uma gravata – e não incorrer nas “mensagens” acima.
- Gravatas em tons mais vivos caem bem para lugares ou estações mais quentes. Azul claro, amarelo e rosa, por exemplo, são ideais para dias mais ensolarados.
- Lugares e estações mais frias pedem cores mais calmas e sóbrias do acessório, como marrom, vinho e verde escuro.
- As gravatas vermelhas caem bem para qualquer estação, o ano todo.
- Gravatas mais finas (de 5 a 7,5 centímetros de largura) não estão sempre na moda. É necessário estar antenado com ela para usá-las. Passam a ideia de modernidade. Já com os modelos mais largos, tradicionais, é mais difícil errar, pois não saem de moda.
- Quem trabalha no mundo corporativo deve dar preferência aos modelos mais sóbrios, discretos (tente pedir um aumento, uma promoção ou apresentar um projeto ou relatório usando aquela das flores ali de cima para ver só... Entendeu?).
- O material e a feitura também merecem atenção. Gravatas grossas demais são complicadas para dar o nó e podem não ser confortáveis, pesadonas. As mais finas são mais leves, mais fáceis para o nó e bem mais interessantes no que tange ao conforto e ao visual. As de seda, por exemplo, são mais duráveis e aguentam mais o ata e desata diário. São um pouco mais caras, mas o custo-benefício fala alto. As de microfibra de boa qualidade também são boas. Evite materiais inferiores, que se desfiam. De nada adianta um terno limpo e alinhado com uma gravata mal cuidada. E você merece algo que não tenha custado R$ 1,99, convenhamos.
- Não é uma regra inquebrável, mas camisas listradas ou com outro tipo de estampa (discretas, claro, pois estamos falando de camisa, e não de toalha de mesa de cantina italiana) ficam melhores com gravatas lisas.
- O clássico terno preto com camisa branca fica bem com gravatas com grande contraste de cor. Podem ter pequenas estampas (a preferência, sempre) ou listras diagonais.
- Camisa bege pede gravatas (lisas ou estampadas) em cores como marrom, azul marinho e verde escuro.
- Já as camisas escuras (cinza, por exemplo) pedem gravatas mais escuras que a camisa. Podem ser lisas, com estampas pequenas ou até com textura.
- Não é qualquer um que fica bem com gravatas claras sobre camisa preta.
- Muito importante: na hora de usar, a ponta da gravata deve ficar posicionada no meio da fivela do cinto. Quando passam dele ou nem chegam a tocar a calça, transmitem inexperiência, além de gerar piadinhas desagradáveis.
- Na hora de guardar, prefira desfazer o nó e pendurá-la esticada – ou enrolada, se for guardada numa gaveta, por exemplo. Ninguém merece abrir um armário e dar de cara com aquele cabide cheio de gravatas com os nós já feitos (tudo bem, vá... na hora da correria pode até ajudar).
- Gravata não foi feita para ser jogada na lavadora de roupas. Mesmo que não se destrua, pode ficar toda torta. Caso precise passá-la (quando amassada sem querer numa mala, por exemplo), coloque um tecido de algodão por cima dela (pode ser um lençol, de preferência branco) e passe o ferro em temperatura média, ou com o vapor. Se for de estimação, como as que são presenteadas por entes queridos – e não as de desafetos, como aquilo cheio de girassóis lá do começo do texto –, há lavanderias que fazem a limpeza, ou mesmo a restauração (reparos de costuras ou remoção de manchas).
Tópico importante: os nós
Nó de gravata é mesmo um assunto enrolado, com e sem trocadilho. Há quem passe a vida toda sem saber dá-los. Também há quem faça até de olhos fechados.
Usar aquelas gravatas com nó falso, presas por velcro na nuca ou com um gancho na camisa, pode causar certo constrangimento, pois estão sujeitas a cair ao mais leve puxão. Já as de zíper são bem práticas (puxando-se a ponta menor de trás, ela se ajusta ao pescoço, num laço corrediço), mas, como ela tem o comprimento fixo, é preciso ver se a ponta fica no meio da fivela do cinto, como dito acima.
Em todo caso, dar o nó é questão de costume. Caso a altura não fique certa, tente novamente. Com o tempo, vira um hábito e você acertará de primeira. Vamos aos dois mais conhecidos:
Este acima é o chamado “nó corrediço” ou “escorregadio”, conhecido internacionalmente como four in hand. É o mais simples e rápido. Fica mais estreito, e cai bem para homens mais altos ou corpulentos. Dá um ar mais moderno, mais jovem. Veja abaixo como fazê-lo:
O nó Windsor, ou nó inglês (o daí de baixo, na foto) recebeu este nome por, reza a lenda, ser de autoria de Eduardo VIII, o Duque de Windsor.
É um nó clássico, mais elegante e sóbrio, que fica com aquele formato mais triangular. É um pouco mais difícil que o corrediço, mas vale a pena, e também é questão de virar um hábito. Siga os seis passos do esquema abaixo:
Pronto. Mesmo que o internauta não seja um especialista em vestuário ou nunca tenha usado uma gravata, com essas dicas já fica um pouco mais fácil não errar. E um lembrete: é só gravata, e não uma forca – então, não abra mão do conforto.
FONTE: ARCA UNIVERSAL
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